H@ VIDA DEPOIS DOS 40

...com pensamento, opinião e poesia em doses homeopáticas...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

tempo perdido

Meus neurônios se chocam e me deixam zangado com Spinoza porque para ele o tempo não existe. E eu perdendo um tempo enorme com algo que não existe. O que existe é a demora... Mas essa demora não significa que o tempo transcorre e sim que dura... É duro concordar, mas de fato o que o ponteiro do relógico marca não é o tempo e sim a duração do percurso da terra em torno do sol. 24 horas não é o tempo de um dia mas a sua duração. E eu aqui tentando me recompor... quanto tempo perdido!!!

sábado, 13 de setembro de 2008

água doce

Tá vendo aquele imenso rolo de fumaça e o enorme incêndio que consome a mata ressequida? Entretanto começou em minúscula fagulha, talvez, descuidadamente produzida. Contenha a chama antes do seu descontrole e não se consumirão em você todas as energias.
Tá vendo aquele jardim florido no quintal do seu vizinho? Ficou assim porque ele não se preocupou em ficar todo o tempo arrancando ervas daninhas, senão que também regou as suas belas flores.
Arranque as ervas daninhas que te envolvem e molhe a própria relva para que também o teu jardim viceje florido e encante os que te fazem companhia.
Não, esse não é um fórum de aconselhamento, com certeza, mas se água com adoçante não faz bem, é muito provável que também não faça mal e essas palavras aqui só foram arremessadas para o alto na tentativa de acertar e serenar a minha própria cabeça.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

sinfonia

Nas asas de uma sinfonia deixo-me arrastar sem saber dos próximos compassos. A intuição é minha companhia e comigo desliza sutil no imenso espaço aberto da imaginação. Movimentos suaves, íngremes, rústicos por vezes... um universo em expansão dentro de mim criando expectativas lúdicas de um gran-finale para essa melodia atemporal...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

fazendo valer a pena

Quem nunca teve dor de dentes?! Ou nunca apanhou um resfriado? O corpo padece dores físicas, a mente padece dores mentais e a alma desalmada sofre das dores de parto antes de gerar idéias novas capazes de fazer a vida valer a pena...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

dormência

A palavra amassa a massa cinzenta do crâneo sem brilho e o filho adota o pai imaginário que não teve, empalhado feito boneco de milho. É uma fase que não cabe numa frase e seu olhar dormente acorda num pingente dourado que o meticuloso anarquista comprou na feira hippie da praça da república. Sentado com o olhar esbugalhado, em êxtase o rapazola sorve um bagulho e rola sem saber pelas beiradas arranhadas se encharcando em delírios no fundo do poço onde em flashes redobrados ele esquece do seu pai adormecido na infindável paralela de dormentes sob os trilhos...