retrato de um sentimento alheio
Quando assoma aquela angústia sorrateira, a hora se faz despida dos minutos e jaz desarvorada sob os escombros de um relógio antigo com ponteiros desgastados. Jazendo ali sem cordas, sem pêndulo e sem os tiquetaques para demarcar o tempo, um zumbido entediante povoa todos os sentidos. O nonsense impera sobre o todo desvalido, restando o vazio da expressão e uma tristeza sem motivo. Passos autômatos e arrastados conduzem o corpo exausto. Funda ressaca após a guerra das entranhas, coração descompassado - olhar fugidio. E depois só resta o medo, o torpor e o fastio. Tudo isso junto em uma manhã cinzenta de janeiro quando ao anseio de um futuro luminoso se une a saudade imperiosa de um certo momento do passado. E o hoje é comprimido à exaustão, até murchar, até desvanecer, até ficar vazio!...
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